Reabilitação
Fonoaudiologia
Engana-se quem imagina que a fonoaudiologia cuida apenas da fala. Essa ferramenta vai muito além disso. Ela dá atenção aos distúrbios da audição, motricidade oral, leitura, escrita e é capaz de auxiliar tanto na prevenção quanto no tratamento de possíveis problemas ou dificuldades relacionadas à linguagem , em diferentes fases da vida. Vale lembrar que os cuidados com os órgãos relacionados à fala e à audição são essenciais desde os primeiros meses de um bebê até a fase adulta.
Fonoaudiologia aplicada ao ABA
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) tem, dentre outros objetivos, promover maior independência social e comunicativa do indivíduo. Quando associada à Fonoaudiologia, formam um trabalho bastante efetivo para indivíduos com atrasos em seu desenvolvimento.
Considerando as terapias na prática, havendo comunicação entre ambas, a fonoaudiologia consegue somar ao desenvolvimento de habilidades mais específicas, como por exemplo a motricidade orofacial sensorial e motora, na fala e voz. A fonoaudiologia pode realizar orientações pontuais sobre a comunicação durante os treinos e programas ABA, sobre como tornar essa habilidade mais natural e também esclarecer sobre normalidade e desenvolvimentonos aspectos da fala e linguagem.
Disfagia Orofaríngea Neurogênica e Mecânica
A disfagia é uma condição pouco conhecida e pode ser definida como um distúrbio da deglutição. Ou seja, ela corresponde a uma dificuldade para preparar e engolir alimentos sólidos, pastosos e líquidos ou até mesmo a própria saliva. Normalmente, está relacionada a complicações neurológicas ou estruturais que causam um prejuízo na segurança da deglutição. As complicações estruturais geralmente são encontradas nos Idosos, por conta da idade e perda de massa muscular, em pessoas com doenças neurológicas ou que sofreram algum tipo de trauma.
O que poucas pessoas sabem é que a disfagia pode ter diferentes causas sendo considerada um sintoma ou consequência de outras doenças como o AVC ou o câncer de cabeça e pescoço podendo acontecer em diferentes etapas da vida. O tratamento da disfagia leva em consideração sua causa e, dessa forma, pode variar de caso para caso. A disfagia de origem Orofaríngea é entendida como qualquer prejuízo no trânsito do alimento desde a fase oral que corresponde a preparação do alimento até a fase faríngea que corresponde a resposta deglutição propriamente dita.
Esse tipo de disfagia é subdividido ainda em disfagia neurogênica e mecânica. A disfagia neurogênica está associada a doenças neurológicas como o AVC (Acidente Vascular Cerebral), Parkinson, Alzheimer, Esclerose Múltipla, além de quadros de prematuridade e Paralisia Cerebral, afetando de crianças a idosos. Já na disfagia mecânica a dificuldade de deglutição é um resultado de alterações estruturais como por exemplo no câncer de cabeça e pescoço.
Estimulação Precoce
A Estimulação Precoce é um programa de acompanhamento e intervenção multidisciplinar em bebês e crianças pequenas que possuam condições de saúde que impactem negativamente no desenvolvimento neuropsicomotor.O objetivo é oferecer uma variedade de estímulos direcionados para impulsionar o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, de acordo com as suas necessidades. São categorizados da seguinte forma:
● Estimulação auditiva
● Estimulação visual
● Estimulação da função motora
● Estimulação da função manual
● Estimulação das habilidades cognitivas e sociais
● Estimulação da linguagem
● Estimulação da motricidade orofacial
Além dos tratamentos dirigidos e acompanhados por profissionais multidisciplinares como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, a participação familiar é extremamente importante no processo, assim como todas as atividades envolvidas.
Seletividade Alimentar
Uma das características diagnósticas do TEA está relacionada a problemas de modulação sensorial da audição, visão, olfato, paladar e toque. Esse processamento sensorial anormal é considerado um dos fatores que contribuem para a seletividade alimentar.
Nesses casos, os padrões são regidos pela aversão a alguns fatores, que podem envolver textura, cor, sabor, forma, temperatura e cheiro do alimento. Por outro lado, quando não há fatores orgânicos identificáveis, a questão alimentar pode ser considerada como manifestação de interesses restritos e comportamento de rigidez, que também são características do autismo. É importante a colaboração entre nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos analistas do comportamento para aumentar a eficácia da intervenção dietética.
O suporte nutricional é necessário sob a forma de preparação de cardápio e uma possível suplementação de vitaminas e minerais. O analista do comportamento provê a quebra de rigidez comportamental referente à seletividade alimentar, dessensibilização e aceitação de variedade de alimentos. O fonoaudiólogo fica responsável por avaliar a deglutição em cada uma das fases, observar se há algum tipo de recusa alimentar , trabalhar para eliminar e ajudar na elaboração de um cardápio adequado às alterações avaliadas. Desta forma, a introdução da Seletividade Alimentar ao tratamento de TEA pode ajudar a facilitar uma nutrição adequada, reduzir o estresse familiar nas horas das refeições e melhorar a saúde da criança.
Afasias
Afasia é uma das sequelas em problemas neurológicos que alteram a capacidade de falar, ler e escrever, ou seja, de se comunicar adequadamente. Esse problema gera frustração, porque o indivíduo não consegue falar e/ou entender as ocorrências como antes do Acidente Vascular Cerebral. Podem agir de forma diferente devido a área acometida e a extensão da lesão.
Disartria
Disartria é uma alteração da fala, geralmente, provocada por um distúrbio neurológico, como um AVC, paralisia cerebral, doença de Parkinson, miastenia gravis ou esclerose lateral amiotrófica, por exemplo. Uma pessoa com disartria não consegue articular e pronunciar bem as palavras devido a uma alteração no sistema responsável pela fala, envolvendo músculos da boca, língua, laringe ou cordas vocais, o que pode proporcionar dificuldades na comunicação e isolamento social.
Existem diferentes tipos de disartria, e suas características podem variar de acordo com o local e o tamanho da lesão neurológica ou a doença que provoca o problema. A principal forma de tratamento é feito com terapias de reabilitação, com técnicas de fonoaudiologia para melhorar a emissão da voz, regular a intensidade, articular melhor as palavras, exercitar a respiração ou, até, programar formas alternativas de comunicação. A realização de exercícios indicados pelo fonoaudiólogo também são muito importantes para melhorar a mobilidade da articulação da mandíbula e ajudar a fortalecer os músculos da face.
Comunicação Suplementar e Alternativa
Temos inúmeras ferramentas disponíveis dentro da comunicação alternativa que proporcionam ao paciente evoluir no decorrer do processo com o desenvolvimento da linguagem. Poderá formar frases, usar figuras e incluir palavras na comunicação, melhorar as formas de expressão e obter mais qualidade de vida, em curto, médio ou longo prazo.
Através de uma avaliação multidisciplinar, planejaremos quais os tipos de ferramentas serão utilizadas na terapia de reabilitação e nesse processo temos várias etapas de adaptação, reabilitação e neuroplasticidade. Nosso maior objetivo é estimular esse paciente para que ocorra os processos de sinapses neurais, estimulando também o cérebro a responder novamente.